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No meio da noite uma dor aguda, um estranhamento mútuo sem razão. Ela se foi, não disse bem o motivo. Imagino que cansou ou que se cansa, até mesmo que é bipolar, eu não sei. Imagino que imagina coisas e as torna reais. Mas aí seria eu imaginando coisas e as tornando reais. Afinal, não é isso a imaginação?

A mente, mente.

Fé voraz que seria pior ou que seria melhor sem viver, sem sentir de verdade onde dói. Talvez no túmulo, o cúmulo do fim. Quem sabe a sombra de uma figueira antiga,  num dia cheio de céu e sol manso de inverno. Um pique-nique improvável. Dispostos sobre o chão os dias de paixão e delírio, uma fina taça de rosé, alguns cigarros, sorrisos, suspiros…

 

Acometido por uma forte insônia pungente, sigo
Como se flutuasse ao ponto de nada tocar.
Nem o chão, nem as estrelas
Diferente de outras noites do passado
Não há torpor, não há terror
Há apenas tudo o que não sou
E também tudo o que já fui
A incerteza do que vem a seguir
E a certeza de que não há mais tanta asneira, nem amoras.
Só o silêncio quebrado pelos pássaros cantando
O movimento dos ponteiros que raiam o dia
E a doce segurança de estar só
E, por assim dizer, melhor.

Em cada manhã preguiçosa e nas tardes quentes que levam o verão embora. Um buquê de cores fortes como as de um quadro de van gogh, ou, um dia todo, juntos, depois mais um. Uma noite, três sonhos de se esquecer, olho você, estou sem roupa e rio. Mais um sonho e outra semana se foi, pra chegar outra e um mês. Um ano diferente dos outros três, assim como todos deveriam ser.

uma gota…
mais uma…
e eu transbordo.

#13

Publicado: 18/01/2012 em C'est la vie!

Acometido por uma felicidade pulsante e aparentemente sem motivo (mesmo sabendo que sempre há motivo).

 

Eu vou.

Relógio, morre –
Relógio, morre –
Momentos vão…
Nada já ocorre
Ao coração
Senão, senão…

Bem que perdi,
Mal que deixei,
Nada aqui
Montes sem lei
Onde estarei…

Ninguém comigo!
Desejo ou tenho?
Sou o inimigo –
De onde é que venho?
O que é que estranho?

(Fernando Pessoa)

sometimes

Publicado: 14/09/2011 em C'est la vie!

“Às vezes você perde algo que não queria perder, mas acaba ganhando algo que nem poderia imaginar conquistar”

wonderland

Publicado: 29/08/2011 em C'est la vie!
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“Nunca imagine que você não é senão o que poderia parecer aos outros que o que você foi ou poderia ter sido não era senão o que você tinha sido que lhes teria parecido diferente”
(Lewis Carrol – Alice no país das maravilhas)

Dia morno, o sol despejava raios preguiçosos por toda a casa, a grama tinha tons verdes mastigados e ela corria, uma versão Lola brasileira, alucinada, longos e noturnos cabelos,  jeans,  all-star, já não ficava claro qual era a banda da sua camiseta branca. Enxergava só a casa, via lembranças da infância e tinha medo do “quando a gente morre passa um filme”.

Mais alguns passos e a calçada, um grito, pessoas. Ela precisava encontrar aquelas pessoas, sabiam tudo sobre ela, seus sonhos, frustrações, eram carne. Iriam ajudá-la, isso é certo. E o fizeram.

Eram dois buracos. Dois Tiros ? Se eram, eram dois, mas isso não importava, eles sabiam o que fazer. Como que guiados de dentro pra fora, sem toque, saíram. E eram dois parafusos o que havia dentro dela.

Não sei se era medo ou desespero. Mas ela continuou, correu e entrou na casa em frente, havia um salão imenso, ela atravessou, subiu as escadas, gritando calada, abriu a porta do quarto sabendo exatamente o que queria, deitou-se ao lado da janela, o vento balançava as cortinas que ao passarem pelo seu corpo manchavam-se de sangue, já não tinha nada, apenas sangue, olhou pro lado e sorriu. Recostou a cabeça no meu peito, olhou um longo tempo nos meus olhos e dormiu.

O corpo todo em uma vibração diferente
Anos e anos de ostracismo.
Noite e dia, perdido.
Despertando de um sono estranho em uma noite quente,
O nariz sangrando, os olhos coçando e a boca seca.
Sede! Sede de ser e poder ser
Na pele, mais que tatuagem, desejo
Na cama…

Nada.

Olhar pra trás e olhar em frente
respirar fundo, respirar forte.
Sentir saudade do que não faz mais sentido
Sentir o vento, tomar chuva nas ruas da cidade nova
Correr, subir e descer.
Chorar e sorrir também…
Lutar, perder e ganhar.
Mas, além disso aprender.
Antes de tudo viver.
Tudo novo, a rua, as casas e as pessoas
A vontade e os sonhos ainda são os mesmos
A solidão e a saudade também…

queria saber o que sinto
ou, quem sabe,  sentir mesmo alguma coisa…
dentro do vazio que me preenche me sinto leve,
mas não inteiro.

#7

Publicado: 06/05/2010 em C'est la vie!

não sei mais o que dizer.
provavelmente nada do que eu diga fará alguma diferença agora…

“Eu faço samba e amor até mais tarde e tenho muito som no violão”

O Chico é foda

meias verdades

Publicado: 09/03/2010 em C'est la vie!
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Nem toda nuvem é chuva
Nem todo sol calor
Nem tudo que faço é isso mesmo
Nem tudo que quero é o que realmente quero

Nem todo movimento é voluntário
Mesmo parado,
Não significa que não esteja reagindo
A melhor reação, em alguns casos, é a inércia

Não acredite em tudo que falo,
Não duvide também.
Eu nunca minto,
Algumas vezes, apenas, não digo a verdade


Nem toda nuvem é chuva
Nem todo sol é calor
Nem tudo que faço é isso mesmo
Nem tudo é o que quero

Todo movimento é voluntário
Posso até estar parado
Mas não significa que não esteja reagindo
A melhor reação muitas vezes é a inércia

Não acredite em tudo que falo
E não duvide de nada também
Eu nunca minto
Ountras vezes só não falo a verdade

basta um dia

Publicado: 22/01/2010 em C'est la vie!
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fiz a letra mais bonita na carta que nunca te mandei
escolhi as palavras mais bonitas pra te dizer o que não sei
bastava um dia, só mais um dia
e quem é que liga?

(ano novo já chegou, mas quando o chico vem cantando nunca é atrasado)

“…E quem for cego veja de repente
Todo o azul da vida
Quem estiver doente
Saia na corrida
Quem tiver presente
Traga o mais vistoso
Quem tiver juízo
Fique bem ditoso
Quem tiver sorriso
Fique lá na frente
Pois vendo valente
E tão leal seu povo
O rei fica contente
Porque é Ano Novo…”