Posts com Tag ‘versos íntimos’

de quando em vez um gesto me faz pesar as consequências de ser e de ser assim.
e ser assim é penar pelas escolhas de antes pras coisas que são agora,
um pé entre a insegurança e a insatisfação de não estar inteiro em tudo que se faz.
um meio antigo, inimigo das paixões avassaladoras: o medo.
o medo do silêncio que precede a possibilidade de um não sonoro ou abafado,
os dedos em pedaços, juntos como se as raízes da possibilidade plantassem-se ali
e dali tirassem seu sustento, alimento imaginário das almas que suscetíveis a qualquer adversidade escondem-se nas sombras do que não são.
impelidos pelo vento que sopra em seus ouvidos refletindo o que se quer escutar, seguem sem saber pra onde ir.
em direção ao que se espera ter amanhã mas que, também, poderia ser hoje.

ser já.
que seja então.