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Nos últimos dias tive a oportunidade e o prazer de ler dois quadrinhos em forma de livros (ou seria o contrário?).

Então, uma pergunta me veio à mente:

– Quadrinho pode ser considerado literatura? Ou é arte? Mistura dos dois?

Pra quem gosta de quadrinhos, ou pra quem gosta mais ou menos (como eu), segue aí a dica.

Persépolis – Marjane Satrapi
‘Persépolis’ é a autobiografia em quadrinhos da iraniana Marjane Satrapi e, nesta edição, é publicada em volume único, que reúne as quatro partes da história. Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita – apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em ‘Persépolis’, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama – e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Kiki de Montparnasse – escrita por José-Louis Bocquet e desenhada por Catel Muller

A obra ganhou vários prêmios na França e foi apontada como um dos títulos essenciais no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême de 2008. Trata-se de uma biografia em quadrinhos, que engloba desde o nascimento de Alice Prin (nome verdadeiro da protagonista) na vila francesa de Châtillon-sur-Seine, em 1901, até a sua morte.

Passando, é claro, pelo auge de Kiki de Montparnasse, que na Paris boêmia dos anos 1920, era uma das figuras mais carismáticas e adoradas. De modelo para pintores e fotógrafos a cantora e atriz, ela foi companheira do norte-americano Man Ray e musa de outros tantos como Kisling, Fujita, Per Krog, Calder, Léger, Utrillo, Picasso, Cocteau, Modigliani.

Kiki de Montparnasse mostra a ascensão e queda dessa estrela do começo do século 20 e é fruto de uma extensa pesquisa por parte dos autores. Não só da vida da personagem retratada, mas também do visual arquitetônico e dos trajes da época.

P.S – Pra quem não teve vontade de ler os textos, os dois quadrinhos retratam a vida de personagens que realmente existiram. Vale mesmo a pena!